Preocupação constante dos pais, transformar os filhos em leitores exige empenho desde os primeiros anos de vida de uma criança, e quanto mais cedo ela adquirir o hábito de ler, maior a chance de carregar o gosto pela leitura por toda a vida. Mas também é fato que o desafio de fazer uma criança abrir um livro por vontade própria pode aumentar com o passar do tempo, dificultando a leitura na adolescência.
A era das redes sociais oferece distrações que, às vezes, colocam em segundo plano a leitura de uma boa história. Além da internet, ler por pura obrigação também pode aumentar a resistência de jovens. Algumas tarefas escolares mais afastam o aluno dos livros que estimulam o gosto pela leitura. Para evitar que a leitura seja associada a atividades obrigatórias e cansativas, pais e professores precisam trabalhar na construção do hábito da leitura com base no prazer.
Atividades que podem estimular o interesse
Rodas de leitura, por exemplo, quando organizadas de forma informal e divertida, ajudam a envolver o adolescente. Elas podem ser organizadas na escola, em casa – com a família reunida – ou no condomínio, no clube e em centros comunitários. Além de atrair a atenção, uma boa conversa sobre o que acabou de ser lido ajuda a estimular a reflexão e criar uma postura crítica diante dos textos. Quanto mais à vontade o adolescente se sentir diante de um grupo e de um livro, maior será o seu engajamento.
Alguns detalhes também ajudam a conquistar o interesse. Um título engraçado ou uma capa bonita e bem ilustrada funcionam como estímulos. Sem se dar conta, o adolescente já está folheando algumas páginas. Mas, aí, surgem as primeiras palavras difíceis no meio da história, e a atividade acaba perdendo a graça. Nessas horas, pais e professores precisam estar atentos para perceber que não basta colocar a criança ou adolescente em contato com a palavra escrita, é preciso estimular a sua interação com o texto. Professores podem, por exemplo, desafiar os alunos a encenarem uma peça teatral ao fim da leitura. Em casa, os pais podem organizar de forma lúdica, junto com o jovem, um dicionário “machadiano”, por exemplo, traduzindo as palavras mais difíceis que costumam aparecer com frequência nas obras de Machado de Assis.
E quando se trata de leitura na adolescência, é preciso lembrar que, nessa fase da vida, há um desejo de entender melhor a si próprio e as transformações que ocorrem nesse período de transição. As histórias precisam espelhar esses interesses, com um texto leve e que se aproxime da realidade do leitor. Se a leitura levar os adolescentes à reflexão e ajudar a assimilar as mudanças, com certeza ela se tornará prática constante e permanente em suas vidas.
Fonte: Editora Positivo – Acessado em 06/10/2017 – às 17:37