Se você tem filhos pequenos, certamente já se perguntou qual a medida para o uso dos aparelhos eletrônicos pelas crianças. Para o pedagogo e mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, Wagner Antonio Junior, a questão é complexa e vários pontos devem ser considerados pelos pais no que diz respeito a tecnologia x crianças.
O primeiro deles é a idade da criança. “A tecnologia não substitui as experiências necessárias ao desenvolvimento humano, como a manipulação de objetos pelos bebês, o traçado da criança em um desenho, o contato com diferentes cores, texturas e sabores e, ainda, a leitura e a escrita, que são imprescindíveis para a oralidade. Por isso, é importante variar a oferta de possibilidades, sobretudo para crianças pequenas, que precisam brincar de diversas formas, não apenas com o joguinho do celular”, defende.
Outro ponto é o tempo de exposição das crianças ao celular, tablet ou computador. “Estabelecer uma rotina diária é essencial para que a criança cresça com autocontrole e tenha bons resultados em todas as fases da vida, da escola à vida profissional. Portanto, o ideal é estabelecer um tempo médio para cada uma das atividades, sempre intercalando o uso de computadores, tablets ou celulares com outras atividades, como esportes, atividades manuais e até o dever de casa. Tudo isso é importante para o desenvolvimento pleno da criança”, explica o pedagogo.
Ética no mundo digital
Wagner trata, ainda, de uma questão muito importante: o fato de que as novas gerações precisam aprender a viver na era digital de maneira ética e segura. “É importante que pais e escola estejam juntos. A cultura digital é um direito de todos, mas isso envolve responsabilidade e a primeira delas é orientar as crianças para que elas saibam até onde podem ir e como usar as ferramentas digitais sem prejudicar outras pessoas e a si mesmas”, diz.
O papel da escola e dos pais é intermediar essa relação até que o aluno tenha consciência de que a tecnologia é importante, mas pode trazer prejuízos sérios se não for vista com ética e responsabilidade. A orientação é o melhor caminho, já que, na maior parte do tempo, os pais estão trabalhando e longe dos filhos. “Eles precisam entender os riscos para desenvolver autonomia digital”, ele finaliza.