Segurança de redes Inicialmente, grande parte dos acessos à Internet eram realizados por meio de conexão discada com velocidades que dificilmente ultrapassavam 56 Kbps. O usuário, de posse de um modem e de uma linha telefônica, se conectava ao provedor de acesso e mantinha esta conexão apenas pelo tempo necessário para realizar as ações que dependessem da rede. Desde então, grandes avanços ocorreram e novas alternativas surgiram, sendo que atualmente grande parte dos computadores pessoais ficam conectados à rede pelo tempo em que estiverem ligados e a velocidades que podem chegar a até 100 Mbps1. Conexão à Internet também deixou de ser um recurso oferecido apenas a computadores, visto a grande quantidade de equipamentos com acesso à rede, como dispositivos móveis, TVs, eletrodomésticos e sistemas de áudio. Independente do tipo de tecnologia usada, ao conectar o seu computador à rede ele pode estar sujeito a ameaças, como: Furto de dados: informações pessoais e outros dados podem ser obtidos tanto pela interceptação de tráfego como pela exploração de possíveis vulnerabilidades existentes em seu computador. Uso indevido de recursos: um atacante pode ganhar acesso a um computador conectado à rede e utilizá-lo para a prática de atividades maliciosas, como obter arquivos, disseminar spam, propagar códigos maliciosos, desferir ataques e esconder a real identidade do atacante. Varredura: um atacante pode fazer varreduras na rede, a fim de descobrir outros computadores e, então, tentar executar ações maliciosas, como ganhar acesso e explorar vulnerabilidades (mais detalhes na Seção 3.2 do Capítulo Ataques na Internet). Interceptação de tráfego: um atacante, que venha a ter acesso à rede, pode tentar interceptar o tráfego e, então, coletar dados que estejam sendo transmitidos sem o uso de criptografia (mais detalhes na Seção 3.4 do Capítulo Ataques na Internet). Exploração de vulnerabilidades: por meio da exploração de vulnerabilidades, um computador pode ser infectado ou invadido e, sem que o dono saiba, participar de ataques, ter dados indevidamente coletados e ser usado para a propagação de códigos maliciosos. Além disto, equipamentos de rede (como modems e roteadores) vulneráveis também podem ser invadidos, terem as configurações alteradas e fazerem com que as conexões dos usuários sejam redirecionadas para sites fraudulentos. Ataque de negação de serviço: um atacante pode usar a rede para enviar grande volume de mensagens para um computador, até torná-lo inoperante ou incapaz de se comunicar. Ataque de força bruta: computadores conectados à rede e que usem senhas como método de autenticação, estão expostos a ataques de força bruta. Muitos computadores, infelizmente, utilizam, por padrão, senhas de tamanho reduzido e/ou de conhecimento geral dos atacantes. Ataque de personificação: um atacante pode introduzir ou substituir um dispositivo de rede para induzir outros a se conectarem a este, ao invés do dispositivo legítimo, permitindo a captura de senhas de acesso e informações que por ele passem a trafegar. Nas próximas seções são apresentados os cuidados gerais e independentes de tecnologia que você ter ao usar redes, os tipos mais comuns de acesso à Internet, os riscos adicionais que eles podem representar e algumas dicas de prevenção. [1] Estes dados baseiam-se nas tecnologias disponíveis no momento de escrita desta Cartilha. voltar Cuidados gerais Alguns cuidados que você deve tomar ao usar redes, independentemente da tecnologia, são:
Wi-Fi Wi-Fi (Wireless Fidelity) é um tipo de rede local que utiliza sinais de rádio para comunicação. Possui dois modos básicos de operação: Infraestrutura: normalmente o mais encontrado, utiliza um concentrador de acesso (Access Point – AP) ou um roteador wireless. Ponto a ponto (ad-hoc): permite que um pequeno grupo de máquinas se comunique diretamente, sem a necessidade de um AP. Redes Wi-Fi se tornaram populares pela mobilidade que oferecem e pela facilidade de instalação e de uso em diferentes tipos de ambientes. Embora sejam bastante convenientes, há alguns riscos que você deve considerar ao usá-las, como:
Para resolver alguns destes riscos foram desenvolvidos mecanismos de segurança, como: WEP (Wired Equivalent Privacy): primeiro mecanismo de segurança a ser lançado. É considerado frágil e, por isto, o uso deve ser evitado. WPA (Wi-Fi Protected Access): mecanismo desenvolvido para resolver algumas das fragilidades do WEP. É o nível mínimo de segurança que é recomendado. WPA-2: similar ao WPA, mas com criptografia considerada mais forte. É o mecanismo mais recomendado. Cuidados a serem tomados:
Cuidados ao montar uma rede sem fio doméstica:
[2] Por sequestro de rede Wi-Fi entende-se uma situação em que um terceiro ganha acesso à rede e altera configurações no AP para que somente ele consiga acessá-la. voltar Bluetooth Bluetooth é um padrão para tecnologia de comunicação de dados e voz, baseado em radiofrequência e destinado à conexão de dispositivos em curtas distâncias, permitindo a formação de redes pessoais sem fio. Está disponível em uma extensa variedade de equipamentos, como dispositivos móveis, videogames, mouses, teclados, impressoras, sistemas de áudio, aparelhos de GPS e monitores de frequência cardíaca. A quantidade de aplicações também é vasta, incluindo sincronismo de dados entre dispositivos, comunicação entre computadores e periféricos e transferência de arquivos. Embora traga muitos benefícios, o uso desta tecnologia traz também riscos, visto que está sujeita às várias ameaças que acompanham as redes em geral, como varredura, furto de dados, uso indevido de recursos, ataque de negação de serviço, interceptação de tráfego e ataque de força bruta. Um agravante, que facilita a ação dos atacantes, é que muitos dispositivos vêm, por padrão, com o bluetooth ativo. Desta forma, muitos usuários não percebem que possuem este tipo de conexão ativa e não se preocupam em adotar uma postura preventiva. Cuidados a serem tomados:
Banda larga fixa Banda larga fixa é um tipo de conexão à rede com capacidade acima daquela conseguida, usualmente, em conexão discada via sistema telefônico. Não há uma definição de métrica de banda larga que seja aceita por todos, mas é comum que conexões deste tipo sejam permanentes e não comutadas, como as discadas. Usualmente, compreende conexões com mais de 100 Kbps, porém esse limite é muito variável de país para país e de serviço para serviço3. Computadores conectados via banda larga fixa, geralmente, possuem boa velocidade de conexão, mudam o endereço IP com pouca frequência e ficam conectados à Internet por longos períodos. Por estas características, são visados por atacantes para diversos propósitos, como repositório de dados fraudulentos, para envio de spam e na realização de ataques de negação de serviço. O seu equipamento de banda larga (modem ADSL, por exemplo) também pode ser invadido, pela exploração de vulnerabilidades ou pelo uso de senhas fracas e/ou padrão (facilmente encontradas na Internet). Caso um atacante tenha acesso ao seu equipamento de rede, ele pode alterar configurações, bloquear o seu acesso ou desviar suas conexões para sites fraudulentos. Cuidados a serem tomados:
[3] Fonte: http://www.cetic.br/. voltar Banda Larga Móvel A banda larga móvel refere-se às tecnologias de acesso sem fio, de longa distância, por meio da rede de telefonia móvel, especialmente 3G e 4G4. Este tipo de tecnologia está disponível em grande quantidade de dispositivos móveis (como celulares, smartphones e tablets) e é uma das responsáveis pela popularização destes dispositivos e das redes sociais. Além disto, também pode ser adicionada a computadores e dispositivos móveis que ainda não tenham esta capacidade, por meio do uso demodems específicos. Assim como no caso da banda larga fixa, dispositivos com suporte a este tipo de tecnologia podem ficar conectados à Internet por longos períodos e permitem que o usuário estejaonline, independente de localização. Por isto, são bastante visados por atacantes para a prática de atividades maliciosas. Cuidados a serem tomados:
[4] 3G e 4G correspondem, respectivamente, à terceira e quarta gerações de padrões de telefonia móvel definidos pela International Telecommunication Union – ITU.
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