Um levantamento realizado pela Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, durante seis meses catalogou os serviços mais populares do Tor, navegador que leva à chamada deep web – parte escondida da internet que não é rastreada (entenda). A partir do anonimato, usuários criam sites com a extensão .onion, que oferece serviços e produtos ilícitos.
A pesquisa estabeleceu servidores conectados à rede Tor que visitavam os sites para baixar conteúdo em HTML, categorizá-los e monitorar as visitas recebidas. De acordo com o estudo, a maior parte do tráfego está relacionada a imagens e abuso sexual infantil, com destaque também para a venda de drogas.
Ao longo do período do estudo, os pesquisadores descobriram cerca de 80 mil sites ocultos na Tor. “A maioria dos serviços escondidos nós vimos apenas uma vez”, informou Gareth Owen, líder da pesquisa. “Eles tendem a não existir por muito tempo.” Cerca de 75% do tráfego observado pelo estudo levou a páginas mostrando abusos.
Os principais serviços ocultos tinham relação com o controle de botnets, redes de computadores caseiros carregados de programas maliciosos, a venda de drogas e outros tipos de trocas de produtos ilegais, sites de fraudes, serviços de e-mail e trocas da moeda virtual bitcoin.
Apesar dos resultados obtidos, os dados não permitem conclusões concretas. “Pode parecer que há muita gente visitando essas páginas, mas é difícil concluir isso a partir da pesquisa”, declarou Owen. “Quantos acessos são de pessoas e quantos são de máquinas? Simplesmente não sabemos”, afirmou.
Fonte: Olhar Digital