A Importância do Teste Vocacional

A psicanalista e orientadora vocacional Maria Stella Sampaio, do instituto Colmeia (Foto: Marcelo Brandt/G1)
A psicanalista e orientadora vocacional Maria Stella Sampaio, do instituto Colmeia (Foto: Marcelo Brandt/G1)

 

De acordo com especialistas, este deve ser apenas o primeiro passo para que o jovem comece a compreender com o que vai trabalhar no futuro. Pais e alunos devem buscar profissionais que os ajudem com isso nas escolas, em clínicas particulares de orientação vocacional ou em faculades de psicologia, que geralmente oferecem o serviço gratuitamente ou a um preço simbólico.

“O teste vocacional é um instrumento de trabalho, funciona como um raio-X para um médico. Ajuda no diagnóstico, mas não posso dizer, a partir do teste, qual a carreira que a pessoa deve seguir”, garante a coordenadora do serviço de orientação vocacional da Universidade de São Paulo (USP), Maria da Conceição Uvaldo.

Em oposição aos testes que dividem os resultados em três áreas do conhecimento — humanas, exatas e biológicas –, a tendência atual é dialogar com o estudante, compreender cada caso e provocar o orientando a refletir sobre os próprios interesses e habilidades.

“Não é que os testes foram abolidos: foram introduzidos testes qualitativos. São feitas propostas para o jovem e à medida em que ele pensa nelas, é provocado à reflexão. Tem uma infinidade de aspectos que conseguimos extrair desses exercícios, bem como do contato com o cliente”, garante a psicanalista e orientadora vocacional Maria Stella Sampaio, do instituto Colmeia.

Segundo as especialistas, o ideal é fazer os testes como um pontapé inicial nessa reflexão, mas a indicação é procurar ajuda profissional, sobretudo para quem estiver em dúvida quanto a essa escolha.

“Se deixarmos um teste na mão do estudante, ele não tem como se responsabilizar por aquele caminho. No entanto, se o profissional conversa com ele e o ajuda a pensar sobre isso, ele vai se sentir autor da decisão. Não se pode delegar essa responsabilidade para um teste”, defende Maria Stella.

Maria Stella Sampaio, do instituto Colmeia, avalia trabalho de estudantes (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Maria Stella Sampaio, do instituto Colmeia, avalia trabalho de estudantes (Foto: Marcelo Brandt/G1)

Quando começar a escolha

A dica das profissionais é começar a pensar nesse assunto e buscar ajuda no início do ensino médio. “Quando os jovens entram nessa etapa, ou mesmo quando estão terminando o ensino fundamental, é possível notar quais são as preferências de cada um nas áreas do conhecimento”, diz Maria Stella.

“Caso o estudante queira seguir uma carreira técnica, o ideal é procurar orientação vocacional no 9º ano. Se a ideia é cumprir o currículo tradicional do ensino médio, a recomendação é pensar nisso quando esta etapa começar”, aconselha Maria Stella.

Mesmo esperando até a última fase do ensino básico para escolher uma profissão, muitos jovens se sentem pressionados ao fazer essa opção com tão pouca idade. Para a professora Maria da Conceição, esse medo deve ser relativizado.

“As pessoas que estão decidindo suas profissões agora devem viver até os 100 anos, é difícil imaginar que a escolha delas será para o resto da vida. O esperado é mudar, até porque o mundo muda rapidamente. Além disso, uma coisa que geralmente acontece é o estudante entrar para a faculdade com uma ideia e, lá dentro, repensar, mantendo-se na profissão escolhida ou mudando completamente”, afirma.

“As pessoas que estão decidindo suas profissões agora devem viver até os 100 anos, é difícil imaginar que a escolha delas será para o resto da vida.”

De acordo com a professora, existem basicamente quatro perfis de pessoas que buscam orientação vocacional. O maior grupo é o de adolescentes, que ainda não decidiram por uma carreira: eles se dividem no perfil que busca ajuda para escolher um curso técnico e nos que procuram uma carreira de curso superior. Outro perfil é o de universitários que se encontram em crise com o curso escolhido e procuram alternativas na orientação, além de pessoas formadas que querem mudar de profissão.

Formação x profissão

Uma concepção que pode ajudar a tranquilizar os jovens, segundo a professora Maria da Conceição, é compreender que o caminho dos estudos é o de uma formação, e não de uma profissão.

“Uma boa formação ajuda a entender o mundo, o mercado de trabalho, as mudanças que acontecem nas carreiras. Não precisa ficar atrelado a amarras tão complexas, pensar que a escolha é para o resto da vida. A boa formação ajuda a se movimentar dentro do mercado. Não existem profissões do futuro, mas profissionais com futuro”, defende a psicóloga.

Primeiro passo

A pedido do G1, a Colmeia — Instituição a Serviço da Juventude elaborou um teste vocacional para o Guia de Carreiras. O estudante deve responder como se identifica com as 30 afirmações propostas, e ao final poderá determinar um dos aspectos da escolha da profissão: seu objeto de trabalho preferido.

As respostas giram em torno de três variáveis: pessoas ou animais, dados e coisas. Assim, um estudante que prefere majoritariamente dados, por exemplo, poderá se identificar com economia ou com análise de sistemas — esta dúvida poderá ser sanada com orientação profissional personalizada.

Uma possibilidade é o estudante se deparar com pouca diferença ou até mesmo empate em duas categorias. Nesses casos, aconselha-se pensar em profissões que englobem os dois objetos. Um exemplo é o de empate entre coisas e pessoas ou animais: este aluno pode ter perfil para tornar-se um veterinário ou um cirurgião. No caso de pontuações parecidas nas três categorias, pode ser um indicativo de que o jovem não sabe bem o que quer ainda, e deve procurar ajuda o quanto antes.

Por Clara Campoli, Portal G1

 

Conteúdo acessado em 06/10/2017 às 12:01

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